DarkSpore

Capa de DarkSpore
 
 
  • Electronic Arts
  • Maxis
  • RPG / Ação
  • Lançamento: 29 Mar, 2011
  • Exclusivo para PC

 Apesar do nome, Darkspore é um primo bem distante de Spore. O jogo é um RPG de ação, bem diferente da maior parte dos simuladores desenvolvidos pela Maxis, como os clássicos The Sims e Sim City. Mesmo em um gênero diferente, alguns conceitos foram aproveitados dos jogados anteriores do estúdio, mas a principal fonte de inspiração deste é um outro clássico do games. 


Simulador de Diablo 

Em uma realidade paralela, uma civilização de cientistas, os crogenitores, conseguiram dominar as mutações de DNA para criar um exército denominado "heróis genéticos". Só que um deles, chamado Xylan, descobre o E-DNA, um aminoácido experimental capaz de acelerar as mutações em qualquer tipo de criatura viva, alcançando milênios de evolução em poucas horas. 

Só que a tecnologia era instável e todos que a experimentaram foram corrompidos em monstros conectados em uma mente coletiva, batizada de Darkspore. E o próprio Xylan se contaminou com uma dose cavalar de E-DNA, o que o transformou em um monstro terrível chamado Corruptor. 

Rapidamente, os Darkspore contaminaram quase toda forma de vida no universo, aniquilando os crogenitores no processo. Cinco sobreviventes foram enviados para planetas remotos, sem contaminação do E-DNA, para desenvolver novos heróis genéticos. Um último deles ficou adormecido por 1000 anos, quando os outros conseguiram estabilizar o E-DNA. Contando com novos heróis genéticos, este último crogenitor é o personagem do jogador e o responsável por salvar o universo dos Darkspore. 

Apesar de parecer boa, a história não é muito envolvente e não se desenvolve bem, mas pelo menos contextualiza toda a ação que se segue. Para salvar o universo de Darkspore, o jogador envia seus heróis para limpar planetas contaminados pelos inimigos. Na prática, é algo como Diablo com elementos de Pokémon: antes de cada missão, o jogador cria um time de três heróis, mas durante a ação, apenas um deles está em combate, sendo possível trocar de personagem a qualquer momento. 

As missões são geralmente mapas bem lineares, com visuais pouco atraentes e repetitivos e, por isso, não existe muita diversão na exploração, ficando a graça toda para os combates. O sistema de combate é simples e envolve clicar para bater, além de algumas habilidades especiais acionadas por hotkeys, lembrando mais uma vez Diablo e também World of Warcraft. Só que a diferença principal é que enquanto na maior parte de RPGs de ação o sistema de experiência e evolução de personagens é parte essencial da diversão, em Darkspore ele é bem superficial. 

A parte gerencial da estratégia está basicamente nos equipamentos e na escolha dos tipos de heróis para cada missão: assim como em Pokémon, os personagens têm subtipos, só que ao invés de fogo, água e gelo, são palavras como Necro, Bio, Cyber ou Plasma. Se um personagem tem o mesmo subtipo de um inimigo, ele será mais fraco contra este adversário. Se for qualquer outro subtipo, o combate se torna mais equilibrado. Assim como quase tudo em Darkspore, é uma regra excessivamente simples que não resolve a falta de profundidade do jogo. 

Recompensa pela repetição 

Darkspore não consegue prender os jogadores com sua jogabilidade e enredo superficiais, mas ainda existem elementos envolventes no jogo, sendo que o principal é colecionar e customizar heróis genéticos. Seguindo a mesma ideia de Pokémon, o jogo tem uma coleção de criaturas que podem ser destravadas. São apenas 25 tipos de heróis a serem liberados, mas cada um tem outras três variantes genéticas, o que faz com que jogadores mais compulsivos tenham interesse em destravar todos os 100. 

Além dos próprios heróis, a personalização do jogo envolve diversos itens e acessórios que podem ser equipados. Para isso, é usada uma versão extremamente limitada do brilhante criador de criaturas de Spore, que também serve para mudar detalhes em cada personagem como a cor ou o tamanho de algum acessório. 

Não é muito complicado encontrar itens e destravar novos heróis no jogo, mas para conseguir os equipamentos mais raros e poderosos, o jogador pode se arriscar em uma mecânica bem criativa: ao terminar cada fase, é possível parar de jogar e receber uma recompensa simples ou seguir de uma vez para a próxima e aumentar a chance de um item raro. Só que se o jogador for derrotado, ele perde tudo, inclusive o item simples que ganharia antes. É uma lógica “Show do Milhão”, mas é um dos poucos pontos em que Darkspore consegue envolver. 

O lado negativo disso é que chega momentos em que basta repetir fases mais fáceis em sequência para conseguir evoluir os personagens, e não vale a pena encarar um desafio maior que tenha risco real de derrota. Esse tipo de mecânica - o infame grinding - prejudica severamente a diversão. 

A união faz a força 

Apesar dos graves problemas no modo singleplayer, Darkspore fica bem melhor se for jogado cooperativamente. Apesar de continuar superficial e repetitivo em muitos fatores, o simples fato de combinar heróis em um time possibilita estratégias interessantes. Além disso, jogar com outras pessoas previne a quase obrigação de repetir fases mais fáceis para evolução do personagem antes de desafios maiores. 

Mas enquanto o cooperativo é o melhor do jogo, o modo PvP (contra outros jogadores) pode ser bem frustrante. As batalhas em si não são tão ruins: sempre envolvem poucos jogadores de cada lado em um esquema semelhante ao do cooperativo. Mas o suporte ao competitivo é fraco, já que não existe nenhum tipo de liga ou ranking, tampouco uma busca de partida por nível do adversário. Com isso, esse elemento é mais uma curiosidade que pouco acrescenta ao geral. 



Darkspore é um jogo superficial em tudo, que jamais consegue envolver os jogadores com seu enredo ou jogabilidade. Colecionar heróis e itens é um conceito clássico e com potencial, mas aqui dificilmente irá agradar plenamente os jogadores, que terão que encarar um sistema de combate raso e repetitivo para conseguir as recompensas. O modo cooperativo é um pouco mais divertido, mas assim como tudo no jogo, não sai da mediocridade. 

Pontos Fortes 

- Modo cooperativo é interessante 
- Colecionar novos heróis é interessante 

Pontos Fracos 

- Jogabilidade simples e baseada em repetição 
- Sistema de evolução de personagem mediocre 
- Grinding quase obrigatória

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